Estabilidade x Rotatividade: Duelo de filosofias no confronto Criciúma x Vitória

A persistência de Tencati e a dança das cadeiras no Vitória

No futebol, a estabilidade na comissão técnica é um tema recorrente, gerando debates acalorados entre especialistas e torcedores. A partida entre Criciúma e Vitória, marcada para a próxima quarta-feira, coloca em evidência duas abordagens diametralmente opostas: a constância e a mudança frequente de treinadores.

Enquanto o Criciúma desfruta da experiência de Cláudio Tencati, à frente do time desde 5 de outubro de 2021, o Vitória , no mesmo período, experimentou a liderança de sete profissionais distintos. Essa diferença gritante de estratégia ilustra filosofias de gestão radicalmente diferentes em clubes que, curiosamente, compartilham trajetórias similares nos últimos anos.

A permanência de Tencati no comando do Criciúma é um fato notável no cenário do futebol brasileiro. Ele figura entre os três técnicos com maior tempo de serviço na elite do futebol nacional, superado apenas por Abel Ferreira (Palmeiras) e Vojvoda (Fortaleza). Um feito notável, considerando a volatilidade típica desse ambiente.

O curioso paradoxo: o breve período de Tencati no Vitória

Ironia do destino, a trajetória mais efêmera de Tencati como treinador ocorreu justamente no Vitória , em 2019. Sua passagem durou apenas sete partidas, um contraste marcante com sua duradoura e bem-sucedida jornada no Criciúma.

Essa discrepância levanta questionamentos sobre os fatores que influenciam a tomada de decisões em cada clube, as expectativas da diretoria e a capacidade de adaptação dos treinadores aos diferentes contextos.

Abaixo, a lista de técnicos que passaram pelo Vitória desde a chegada de Tencati ao Criciúma: Wager Lopes (24 jogos); Dado Cavalcanti (10 jogos); Geninho (4 jogos); Fabiano Soares (9 jogos); João Burse (24 jogos); Léo Condé (73 jogos); Thiago Carpini (29 jogos).

Comparativo: trajetórias paralelas e resultados distintos

Tanto Criciúma quanto Vitória trilharam caminhos semelhantes nos últimos anos: ascensão da Terceira Divisão à elite e a conquista de títulos estaduais. No entanto, a diferença crucial reside na figura central por trás desses sucessos. No Criciúma, a liderança inabalável de Tencati foi a chave para todos os feitos. Já o Vitória celebrou suas vitórias sob o comando de vários profissionais.

A tabela abaixo resume a comparação entre os feitos de ambos os clubes, evidenciando a singularidade da trajetória do Criciúma sob o comando de Tencati:

Fonte: ge

O duelo: mais que um jogo, uma filosofia em campo

O confronto entre Criciúma e Vitória representa mais do que apenas três pontos em disputa. É um embate de filosofias, um duelo entre a estabilidade e a rotatividade na gestão técnica. Tencati enfrentará o Vitória pela quarta vez desde que assumiu o comando do Criciúma, tendo já enfrentado Léo Condé e agora Thiago Carpini.

O retrospecto de Tencati contra o Vitória é positivo, com duas vitórias. Porém, no jogo contra Carpini, o treinador do Criciúma sofreu uma derrota. A partida desta quarta-feira, além da importância na luta contra o rebaixamento ? com apenas um ponto separando os times na tabela ? reforça a discussão sobre qual modelo de gestão técnica é mais eficaz a longo prazo.

A partida se apresenta como um palco privilegiado para analisar os resultados práticos de duas abordagens distintas na gestão de equipes de futebol. Um estudo de caso fascinante para os observadores atentos do esporte.