Vitória na Sulamericana: Um olhar retrospectivo sobre os clubes nordestinos

O Fortaleza: Um Vice-Campeonato Histórico

O Fortaleza, representante cearense, ostenta um feito inédito entre os clubes nordestinos: o vice-campeonato da Sul-Americana em 2023. Uma campanha memorável que culminou numa emocionante final contra a LDU, decidida nos pênaltis. A trajetória vitoriosa incluiu a liderança do Grupo H, superação de adversários de peso como Libertad, América-MG e Corinthians, até a derrota final por 4 a 3 nas penalidades, após um empate de 1 a 1 no tempo regulamentar. Antes desta brilhante atuação, o Fortaleza participou em 2020 e 2024, mostrando uma evolução significativa ao longo dos anos.

Antes da ascensão de 2023, o time cearense teve uma participação na edição de 2020, onde foi eliminado na fase inicial pelo Independiente, devido ao critério de gols marcados fora de casa, perdendo a partida de ida por 1 a 0 e vencendo a volta por 2 a 1 no Castelão. No ano seguinte, o Fortaleza liderou o Grupo D contra adversários como Boca Juniors, Nacional Potosí e Sportivo Trinidense, avançando às oitavas de final, mas a trajetória foi interrompida pelo Corinthians, com um placar agregado de 5 a 0.

A campanha de 2023 consolida o Fortaleza como um gigante do futebol nordestino no cenário continental, mostrando a força e a competitividade da equipe.

O Bahia: Um Gigante com Altos e Baixos

O Bahia detém o recorde de participações na Sul-Americana entre os clubes nordestinos, com oito edições disputadas. Sua trajetória é marcada por momentos de glória e frustrações. Em 2012, sua estreia foi marcada por uma eliminação precoce diante do São Paulo. Nos anos seguintes, o time baiano alternou entre boas campanhas e eliminações prematuras, chegando a disputar as quartas de final em 2020, onde foi eliminado pelo Defensa y Justicia.

Em 2018, o Bahia superou fases importantes, eliminando equipes como Blooming, Cerro, e Botafogo, mas acabou caindo para o Athletico-PR nas quartas de final, novamente nos pênaltis. A inconsistência marcou a trajetória do Tricolor, com uma eliminação vexatória na primeira fase em 2019, seguida por uma recuperação em 2020 e uma nova queda na fase de grupos em 2021.

O Bahia, apesar de seu histórico expressivo de participações, ainda busca a consagração em uma campanha vitoriosa na Sul-Americana.

Vitória e Sport: Trajetórias Marcantes

O Vitória, com seis participações, iniciou sua jornada na Sul-Americana em 2009, marcando a primeira aparição de um clube nordestino no torneio. Sua trajetória inclui eliminações dolorosas para equipes como River Plate-URU e Coritiba, mas também momentos de destaque, como a vitória sobre o Palmeiras em 2010. A mais recente participação do Vitória foi em 2016, e o retorno em 2025 mostra a ambição do clube.

O Sport, por sua vez, com cinco participações, foi pioneiro ao alcançar as quartas de final em 2017, após eliminar adversários como Danubio, Arsenal de Sarandí e Ponte Preta. Contudo, a trajetória foi interrompida pelo Junior Barranquilla. O clube pernambucano também teve confrontos memoráveis contra rivais nordestinos, como o Náutico e o Santa Cruz, em diferentes edições da competição.

Tanto Vitória quanto Sport demonstram a força do futebol baiano e pernambucano na busca por conquistas internacionais.

Ceará, Náutico e Santa Cruz: Participações e Desempenhos

O Ceará participou três vezes da Sul-Americana, com destaque para a campanha de 2022, onde conquistou a liderança do Grupo G e chegou às quartas de final, sendo eliminado pelo São Paulo nos pênaltis após uma emocionante disputa. O Náutico e o Santa Cruz tiveram participações únicas. O Náutico, em 2013, enfrentou o Sport, seu maior rival, em um confronto emocionante, sendo eliminado nos pênaltis. Já o Santa Cruz, em 2016, chegou às oitavas de final, após superar o Sport, mas foi eliminado pelo Independiente Medellín.

Apesar de um número menor de participações em comparação com outros clubes nordestinos, Ceará, Náutico e Santa Cruz deixaram suas marcas na competição, mostrando a força do futebol nordestino em nível continental.

Vale lembrar que a Copa Sul-Americana, iniciada em 2002, não foi a primeira competição continental de clubes da Conmebol. A Conmebol, realizada entre 1992 e 1999, contou com a participação de clubes nordestinos como Vitória , América de Natal, Ceará, CSA e Sampaio Corrêa. O CSA, inclusive, chegou à final, perdendo para o Talleres, da Argentina.

Conclusão: Uma Trajetória de Evolução

A análise da participação dos clubes nordestinos na Copa Sul-Americana demonstra uma trajetória de evolução e crescimento. De primeiras participações tímidas a campanhas memoráveis, como a do Fortaleza, a região se consolida como uma força crescente no futebol continental. A diversidade de resultados, com altos e baixos, reflete a competitividade do futebol brasileiro e a busca constante por melhores resultados em competições internacionais.